A Magia dos Soniqueters no Antigo Egito: Uma Jornada Sonora entre Espiritualidade, Ciência e Cultura

A Magia dos Artefatos vibracionais do Antigo Egito: Uma Jornada Sonora entre Espiritualidade, Ciência e Cultura


O Antigo Egito é reconhecido como uma das civilizações mais fascinantes da história da humanidade, não apenas por seus avanços tecnológicos e arquitetônicos, mas, sobretudo, por seu profundo conhecimento sobre as relações entre o corpo, a mente, o espírito e o universo. Nesse contexto, destaca-se o uso dos artefatos vibracionais, instrumentos sonoros utilizados com finalidades que iam além da música — atuando como ferramentas espirituais, mágicas e terapêuticas.

Este artigo propõe uma análise acadêmica e explicativa sobre os artefatos vibracionais, seus significados, aplicações em rituais, impacto vibracional e seu legado na contemporaneidade.

Contexto Histórico e Cultural do Som no Egito Antigo

No pensamento cosmogônico egípcio, o universo foi criado através do som. A palavra falada, o nome e a vibração sonora possuíam um poder criador e organizador. O conceito de "Heka", que representa a magia sagrada, estava intrinsecamente ligado ao som, à entonação e às vibrações.

Portanto, o som não era apenas uma expressão artística, mas um elemento ativo na organização da realidade. Instrumentos musicais — os artefatos vibracionais — eram concebidos como tecnologias espirituais, utilizadas em templos, cerimônias, rituais de passagem e práticas terapêuticas.

Desvendando os artefatos vibracionais: Origem, Materiais e Significados

Os artefatos vibracionais englobam diversos instrumentos sonoros criados com materiais naturais e simbólicos, como metais, madeiras sagradas, conchas e pedras. Cada material carregava uma vibração específica, associada a atributos espirituais e energéticos.

  • Metais (bronze, ouro, cobre): condução de energia, conexão com os astros e proteção espiritual.

  • Madeiras sagradas (acácia, sicômoro): simbolizam vida, renascimento e estabilidade.

  • Pedras e conchas: amplificação energética e conexão com os elementos da natureza.

Tipos de artefatos vibracionais: Estrutura, Função e Simbolismo

Sistro (Sesheshet)

  • Descrição: Instrumento arqueado com hastes de metal que seguram pequenos discos, produzindo som metálico e ritmado.

  • Função: Purificação de ambientes, invocação de divindades, afastamento de energias negativas e indução de estados alterados de consciência.

  • Simbolismo: Ligado à deusa Hathor, arquétipo do amor, da fertilidade e da alegria, e à deusa Isis, símbolo de proteção e magia.

Aspecto ritualístico: O som do sistro era considerado capaz de "espantar o caos" e restaurar a ordem cósmica, refletindo o princípio de Maat (harmonia universal).

Menat

  • Descrição: Colar contrapeso feito de contas e peças metálicas, que ao ser balançado, emite som grave e ressonante.

  • Função: Estabilização energética, proteção, bênçãos, fertilidade e conexão com o sagrado feminino.

  • Simbolismo: Representa o ciclo da vida, fertilidade e proteção materna, estando associado às sacerdotisas de Hathor.

Aspecto ritualístico: O menat era oferecido como presente sagrado em cerimônias, funcionando como amuleto sonoro e vibracional.

Tambores e Pandeiros

  • Descrição: Instrumentos de percussão utilizados em procissões, ritos mortuários e festivais.

  • Função: Marcar o ritmo do ritual, induzir estados de transe, sincronizar os batimentos cardíacos dos participantes e criar campos de ressonância coletiva.

  • Simbolismo: O tambor representa o batimento do coração da Terra, enquanto o pandeiro está ligado ao movimento cíclico, à alegria e ao êxtase espiritual.

Aspecto ritualístico: Utilizados tanto em festivais solares, como no culto a Rá, quanto nos ritos lunares e femininos dedicados a Isis e Hathor.

Trombetas (Shaen)

  • Descrição: Feitas de bronze ou prata, de forma cônica e longa, usadas principalmente em cerimônias reais e militares.

  • Função: Anunciar o início de rituais, coroações, deslocamentos do faraó e abertura de portais energéticos.

  • Simbolismo: Voz dos deuses e do próprio faraó, cuja presença era considerada divina na Terra.

Aspecto ritualístico: Sua vibração aguda tinha poder de proteger o espaço sagrado e alinhar o campo energético do coletivo.

Funções Espirituais, Mágicas e Terapêuticas dos artefatos vibracionais

Os egípcios compreendiam que tudo no universo vibra. Assim, os artefatos vibracionais atuavam nos campos físico, emocional, mental e espiritual, produzindo:

  • Purificação energética: Limpeza de miasmas, larvas astrais e campos desarmonizados.

  • Ativação vibracional: Estímulo dos centros energéticos (chakras), da aura e dos corpos sutis.

  • Indução de estados de transe: Facilitando comunicação com divindades, ancestrais e esferas espirituais.

  • Ritos de passagem: Especialmente nos funerais, os artefatos vibracionais conduziam a alma pelo Duat, o mundo espiritual, protegendo-a de perigos e guiando-a para o renascimento.

Base filosófica: A utilização dos artefatos vibracionais fundamentava-se na busca pela harmonia universal, princípio básico da cultura egípcia, sintetizado no conceito de Maat.

Redescoberta Contemporânea e Aplicações Atuais

Na ciência:

Estudos modernos sobre cimática e ressonância vibracional comprovam que o som organiza matéria, influenciando estruturas moleculares e campos energéticos.

Na espiritualidade:

O resgate dos artefatos vibracionais inspira práticas de terapias sonoras, meditações vibracionais, harmonização de ambientes e eventos culturais que buscam reconectar-se com saberes ancestrais.

Na arte e cultura:

Recriações musicais de sons do Egito Antigo são utilizadas em espetáculos, filmes, festivais históricos e processos educativos.

A análise dos artefatos vibracionais no Antigo Egito revela que, para essa civilização, o som não era meramente entretenimento ou arte, mas uma poderosa ferramenta de organização da realidade, de cura e de conexão espiritual.

Resgatar esses conhecimentos hoje significa compreender que o universo não é sólido, mas vibracional, e que somos parte de uma sinfonia cósmica em constante movimento.

Referências Bibliográficas

  • Manniche, Lise. Music and Musicians in Ancient Egypt. British Museum Publications, 1991.

  • Wilkinson, Richard. The Complete Temples of Ancient Egypt. Thames & Hudson, 2000.

  • Hickmann, Hans. The Musical Instruments of Ancient Egypt. Maurice Calcagno, 1961.

Tomatis, Alfred. Ouvindo o Universo: O Poder Terapêutico do Som. Cultrix, 2004

Autora

Pamela Gonçalves
Pamela Gonçalves
Sou uma fisioterapeuta que se apaixonou pelo mundo das terapias integrativas e que busca adquirir e repassar o conhecimento desse universo que transforma a vida das pessoas através da vibração